A Organização Mundial das Alfândegas anunciou hoje a apreensão de 113 milhões de medicamentos falsificados, “maioritariamente provenientes da Índia e China”, numa mega-operação realizada em meados deste ano em 14 países africanos, incluindo Moçambique e Angola.
A operação, denominada de ‘Biyela 2’ (‘cerco’ em zulu, uma das línguas da África do Sul), foi levada a cabo em parceria com as autoridades aduaneiras de Angola, Moçambique, Benim, Camarões, República Democrática do Congo, Costa de Marfim, Gabão, Gana, Quénia Namíbia, Senegal, Africa do Sul, Tanzânia e Togo.
De acordo com um comunicado hoje divulgado por aquela agência da ONU, parte dos medicamentos apreendidos nas fronteiras africanas estão relacionados aos cuidados primários (32% de analgésicos, 17% de anti-inflamatórios, 5% de antibióticos), além de medicamentos para a cura da tuberculose.
A nota indica que mais de um milhão destes medicamentos, usados por via intravenosa, foram apreendidos no Benim, e mais de um milhão de comprimidos e frascos em Moçambique, e outros mais de 100.000 drogas intravenosas foram encontrados no Togo.
“O número de interceptações feitas durante esta operação demonstra a extensão do flagelo de produtos farmacêuticos ilegais e falsificados em África. A resposta resume-se no reforço da cooperação, baseado principalmente na troca de informações a nível nacional, e por parte das autoridades aduaneiras, outras agências reguladoras e autoridades de saúde pública”, disse o secretário-geral da OMA, Kunio Mikuriya, citado na nota.
A Organização Mundial das Alfândegas assinala que, desde 2012, realizou três operações no continente africano, de que resultaram na apreensão de 756 milhões de produtos farmacêuticos falsificados, avaliados em mais de 370 milhões de dólares.
Segundo a organização, as três acções impediram que esses produtos chegassem aos consumidores.
“Estamos a lidar com bandidos, mafiosos, traficantes sem escrúpulos. É imperativo que todas as autoridades nacionais e internacionais, finalmente, percebam e se mobilizem para proteger a vida dos pacientes”, exortou o director do Instituto de Pesquisa contra Medicamentos Contrafeitos, Bernard Leroy, citado na mesma nota.